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IGTV: novos caminhos da produção audiovisual

IGTV: novos caminhos da produção audiovisual
Gabriel Marchi
jun. 25 - 4 min de leitura
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Vamos começar a virar a tela de cinema na vertical?

 

O instagram lançou recentemente o IGTV, uma plataforma de vídeos que veio para bater de frente com o Youtube. Mas, espera um pouco, bater de frente com o Youtube? Uma plataforma que só exibe vídeos na vertical? Feita unicamente para mobile? Oi? Vamos com calma, o instagram só fez algo que já estava demorando muito tempo para ser feito. Mas agora os vídeos serão totalmente na vertical? Não!

 

Vamos relembrar o porquê da tela de cinema ser na horizontal. Os nossos olhos estão dispostos na posição direita e esquerda do nosso rosto, criando uma visão panorâmica da paisagem que vemos, por isso a tela do cinema é horizontal, dessa forma enxergamos com melhor clareza o todo. De onde veio o vertical? Por causa dos smartphones, que trouxeram o já falecido Snapchat (quem ainda usa?), as pessoas se acostumaram a visualizar os vídeos com o celular na vertical, mas não é por isso que vamos pegar a nossa televisão e deixar ela nessa posição.

 

Sabemos que hoje as pessoas consomem vídeos diariamente. O Youtube se tornou o segundo maior buscador (adivinha quem é o primeiro) e tem mais de 2,35 Bilhões de horas assistidas por mês (boa sorte com isso IGTV) e a previsão é que, até 2020, audiovisual seja 82% do conteúdo consumido. Vídeo já não é mais modinha, vídeo é tendência.

 

O que isso interfere no mercado audiovisual? O que a chegada de uma nova plataforma de visualização de vídeos pode mudar nessa profissão? A demanda, ela vai aumentar, e muito. O vídeo já se tornou necessário para grandes e micro empresas, startups, freelancers, influenciadores, criadores, produtores de conteúdo e a tendência é que cresça ainda mais. Porém, o mercado audiovisual precisa se ajustar a isso.

 

O grande império dominante da produção audiovisual estava nas conhecidas Produtoras Cinematográficas, grandes corporações com grandes equipes que faziam os filmes publicitários, institucionais e artísticos para uma variedade de clientes. E estava assim até meados de 2012, quando chegou no mercado a Canon 5D MarkIII, que democratizou a produção audiovisual, dando acesso para outras pessoas produzirem vídeos e assim, outros clientes que não poderiam arcar com custos de uma produtora.

 

Com a chegada dos smartphones, os formatos de vídeo mudaram e o público têm consumido mídia audiovisual com muita frequência. As redes sociais e canais de informação online deixaram ainda maior a transmissão de conteúdo e ainda mais focada para nichos específicos, porém, esse público precisa ser alimentado frequentemente. Hoje, uma empresa, marca, instituição, não pode deixar de produzir conteúdo porque corre o risco de ser deixada para escanteio ou ser retirada de campo pelo seu concorrente.

Porém, produzir vídeos com frequência pode custar caro quando orçamos com uma produtora, então, como proceder? Graças ao acesso de informação e equipamentos mais compactos, hoje já existem profissionais que produzem um vídeo por completo, antenados nas novas tecnologias, se exige muito dos novos produtores audiovisuais ou videomakers, que consigam realizar produções com qualidade e pensando nos novos formatos de vídeo. Seja para Instagram, Facebook e Youtube,

 

Alguns profissionais da área ainda não aceitam muito bem esses novos formatos, alguns estão céticos quanto a produção de seus vídeos de forma mais compacta, com equipes menores e equipamentos que, a primeira vista, parecem amadores, mas que entregam um material de qualidade cinematográfica sem precisar montar um circo.

 

Antes que o exagero tome conta da sua mente, eu não estou dizendo que a produção cinematográfica de grande porte vai acabar, ela vai persistir para aqueles que tiverem condições de lidar com os custos dessa produção, mas hoje vivemos uma democracia audiovisual, onde há oportunidade para aqueles que estão começando, para videomakers e para aqueles que já viram mudar da película para o digital. É a inovação chegando para produções cinematográficas.

 

Gabriel Marchi é filmmaker e professor dos cursos de Cinema e Gestão de Mídias Sociais do Centro Europeu.

 


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