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Professor: Agente de Transformação Humana

Professor: Agente de Transformação Humana
Ronaldo Cavalheri
out. 15 - 6 min de leitura
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Confira a bela reflexão e homenagem do Ronaldo Cavalheri, CEO do Centro Europeu, sobre o papel do professor em um mundo mediado pela tecnologia e transformações nunca vistas antes. Boa leitura! ;)

Em um momento no qual se fala tanto de transformação digital, em que a tecnologia imprime um ritmo de mudanças de comportamentos nunca visto antes, será que não estamos deixando em segundo plano a transformação que de fato vai ditar os novos rumos do mundo? Parece óbvio, mas não é.

E também não é nada fácil. Estou falando de transformação humana. Estou falando das pessoas que continuam tendo emoções e estímulos com os novos movimentos. É muita novidade em tão pouco tempo.

Nos últimos anos, a tecnologia, de uma forma ou de outra, foi inserida no dia a dia da grande parte da população, o que reflete em novas condutas e um jeito novo para se fazer muitas coisas.

Hoje cinco gerações de pessoas com perfis completamente diferentes - e logo com visões de mundo também muito diferentes - compartilham o mesmo espaço. E daí vêm os conflitos geracionais e falta de empatia entre as pessoas.

Eu falo de um mundo conectado pela tecnologia, mas de total desconexão entre as pessoas. Enquanto a evolução tecnológica aponta em uma curva exponencial ascendente, a evolução humana (ou o seu antônimo) representada pelos nossos comportamentos parece formar uma linha contrária.

E fico pensando: como mudar isso? Ainda mais no momento importante e delicado de eleições que passamos no Brasil, no qual temos que tomar uma decisão sobre o futuro do nosso país, sobre o nosso futuro.

E vejo que os próximos governantes irão assumir papéis muito importantes nesse processo de mudanças, mas o seu trabalho não será suficiente, pois eles não são em número suficiente. E aí acredito ter a resposta, talvez não a única resposta, mas uma importante e impactante resposta.

Podemos mudar isso através da educação. E com certeza agora vem a sua mente que esse é mais um discurso batido. E eu tento me explicar. E se falo tanto de humanização, não tem como não personificar a educação através da figura do professor.

Segundo o Censo Escolar de 2017, somente no ensino básico temos mais de 2,2 milhões de professores no Brasil. É muita gente do bem. E se formos considerar um efeito em cadeia, olhe a progressão geométrica na qual cada professor impacta dezenas de alunos, e se esses por sua vez assumem o seu papel de contribuição na sociedade, de fato conseguimos uma transformação humana.

Vejo o professor como um líder e seu principal papel é formar outros líderes. É um efeito multiplicador. Isso é muito poderoso.

Porém agora eu aumento a responsabilidade desse profissional que tem o desafio diário de promover o conhecimento e as experiências para que seus alunos estejam preparados para a vida. Será que a maneira como esse professor está conduzindo as suas aulas é a forma mais adequada para promover uma transformação humana?

O meu universo é a educação. E eu me sinto uma pessoa totalmente privilegiada por poder promover um ensino com foco no ser humano e na transformação de suas vidas. E posso garantir para você que isso não depende de estrutura, de dinheiro, nem mesmo de formação. E sim, da maneira como enxergamos nossos alunos.

Estamos tratando com pessoas, logo antes de dominar os conhecimentos de matemática, de biologia ou de qualquer outra matéria, precisamos saber lidar com pessoas. E essa é a chave que precisamos virar para ter uma educação mais significativa e que de fato vai impactar vidas.

Quando falamos de educação estamos nos referindo ao topo da pirâmide de valor, sim é algo transformador, é transcendente.

O papel do professor não se limita mais a transmitir conhecimentos e sim ser um facilitador no processo de aprendizagem. Quando falamos de transformação humana os ensinamentos com avaliações objetivas com foco para tirar notas e passar de ano não fazem nenhum sentido.

Cito John Dewey que diz que “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.” Logo, se trazemos a realidade para a sala de aula não podemos deixar de fora o elemento humano. Em um plano de aula passa a ser obrigatório, além de ensinar física ou literatura, também desenvolver habilidades socioemocionais e competências essenciais para uma vida em sociedade.

E antes de promover isso nos alunos, primeiro os professores precisam ter essas habilidades afloradas. Esse profissional guerreiro cada dia precisa exercer mais sua liderança em sala de aula e servir de espelho para seus alunos.

O aprimoramento das habilidades de comunicação, criatividade, resolução de problemas e gestão de conflitos são essenciais para uma melhor fluidez das aulas. O relacionamento interpessoal, trabalho colaborativo, a flexibilidade e a empatia passam a ser imprescindíveis para uma experiência mais humana.

E a busca por novos conhecimentos, o bom humor e a automotivação combustíveis indispensáveis para encarar todas as mudanças que ainda virão. O professor deve ser o profissional mais valorizado pela nação e estando melhor preparado e alinhado com o movimento de mudanças, conseguirá maior engajamento e tocar profundamente seus alunos rumo à transformação humana.

Lembra do efeito multiplicador? 

* Ronaldo Cavalheri é CEO do Centro Europeu, primeira escola de Economia Criativa do Brasil.


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